A “vaca”, apelido dado a uma explosão estelar até hoje mal explicada, pode ter seu mistério finalmente solucionado por cientistas do Instituto de Tecnologia de Massachusetts(MIT).
O objeto em questão – AT2018cow – foi originalmente observado em 2018, na galáxia CGCG 137-068, há 200 milhões de anos-luz da Terra. A parte intrigante reside no fato de que, após a sua descoberta, “a vaca” produziu uma outra explosão, de pelo menos 10 vezes mais brilhante que uma supernova comum, antes de desaparecer por alguns meses.
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“Ainda não era claro se a AT2018cow foi uma explosão estelar alavancada por um objeto recém-nascido poderoso, ou se ela veio de choques produzidos durante uma outra explosão, interagindo com o ambiente incrivelmente denso”, disse Dheeraj Pasham, pesquisador do MIT e líder do novo estudo, ao Space.com. “Uma outra hipótese é a de que a AT2018cow pode ter vindo de um buraco negro de massa intermediária – algo entre 10 mil e 100 mil massas solares – rasgando uma estrela”.
Diante das inúmeras possibilidades, Pasham e sua equipe decidiram estudar como o brilho das emissões de raios-x da “vaca” estavam variando de intensidade com o tempo. “Especificamente, queríamos descobrir se há alguma janela de tempo específica onde esses raios-x mostram essa variação”.
Assim, o time criou o que é conhecido como “espectro de densidade energética”, que lhes permitiria identificar picos de intensidade de raios-x para serem melhor observados. Eventualmente, tal pico apareceu, sugerindo que, durante a explosão da AT2018cow, um objeto muito compacto – como um buraco negro ou uma estrela de nêutrons – estava presente no seu epicentro, na forma de um aumento no brilho, seguido de uma redução, em um intervalo de 4,4, segundos.
“Imagine um apanhado de raios-x quentes regularmente ficando mais e menos brilhantes dentro de um intervalo de tempo fixo”, disse Pasham. “Nós sabemos que a posição da explosão coincide com uma região formadora de estrelas de uma galáxia hospedeira. Isso significa que a área onde ocorreu a explosão da AT2018cow tem várias estrelas imensas perto de morrer”.
Por isso, a sugestão do estudo, publicado em 13 de dezembro no jornal científico Nature Astronomy, sugere tratar-se de uma estrela perto de morrer, dando vida a um objeto compacto.
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