O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, anunciou no final de abril que o Governo Federal está estudando elevar o teor de etanol na gasolina de 27% para 30%. A principal preocupação de consumidores e especialistas é como essa mudança pode afetar veículos que não têm motor flex, ou seja, movidos somente a gasolina.
Isso porque os últimos testes com esse tipo de carro foram realizados em 2015, no último aumento dessa porcentagem, e a frota que roda no Brasil já não é mais a mesma.
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Último aumento de etanol
O último aumento aconteceu em 2015. Na época, a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) não identificou que havia impedimentos ao uso da gasolina com mais etanol para os veículos flex, “desde que o combustível comercializado possua as mesmas características daquele enviado pela Petrobras para estes ensaios”.
A porcentagem, então, passou de 25% para 27,5%. Agora, aumentaria para 30%.

Como ficam os carros a gasolina?
- Os carros flex não serão afetados pela mudança, já que, segundo o diretor de Combustíveis da AEA (Associação Brasileira de Engenharia Automotiva), Rogério Gonçalves, em entrevista ao Auto Esporte, eles estão preparados para qualquer percentual de etanol entre 22% e 100%.
- O problema são os carros movidos a gasolina: Gonçalves afirma que haverá, principalmente, o aumento no consumo de combustível.
- Na última mudança, um ensaio da Anfavea constatou que, com o percentual de etanol em 27,5%, o aumento do consumo subiu de 1% a 2% em relação ao percentual de 25%.
- Além disso, outras consequências podem atingir os motores, como o sistema de alimentação de combustível: uma das preocupações é se os sistemas já existentes nos carros podem absorver essa variação de etanol sem maiores danos
- Para esses fatores serem confirmados, porém, terão de passar por novos testes.
- Os últimos chegaram a avaliar se os veículos movidos a gasolina aguentariam variações superiores a 27,5%, mas são de 2015, e os carros que rodam nas ruas hoje são mais atualizados do que isso.
- Assim, os novos veículos movidos apenas a gasolina, como importados e híbridos, podem ser os mais afetados.

Vantagens da mudança
De acordo com uma estimativa da Copersucar, aumentar os níveis de etanol de 27,5% para 30% pode evitar a emissão de quase 3 milhões de toneladas de dióxido de carbono por ano.
Porém, do lado contrário, o etanol é mais corrosivo para os motores movidos somente a gasolina e isso pode trazer danos a esses veículos. Além disso, os novos carros terão que se sujeitar a revisões mais frequentes.
Com informações de Auto Esporte
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